segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Para tentar fugir da crise, Dilma prepara corte de até R$ 25 bilhões


A presidente Dilma Rousseff prepara um corte entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nas despesas do governo como forma de evitar o agravamento da crise. O número final ainda passa por pequenos ajustes. É possível que haja uma nova reunião na manhã desta segunda-feira, 14, para calibrar a lista dos cortes.

Além de reduzir despesas com alguns programas sociais, a União venderá terrenos e imóveis, fará leilão de apartamentos funcionais, revisará contratos, diminuirá secretarias, diretorias e cargos comissionados e proporá ao Congresso a redução de despesas obrigatórias, como gastos com a Previdência e com o funcionalismo público.

Impeachment

A oposição na Câmara escolherá o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT, para dar sequência à tramitação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. A Casa deve tratar formalmente da deposição da petista nesta semana.

A oposição vai requerer ao presidente Eduardo Cunha que se posicione sobre pedidos de impeachment à espera de análise; ele deve negar boa parte das ações. Os oposicionistas questionarão, então, a recusa ao pedido de Bicudo -se o recurso for aprovado em plenário, uma comissão para dar sequência à tramitação poderá ser criada.A peça foi escolhida por ser simbólica (apresentada por um fundador do partido do governo) e mais bem embasada juridicamente.


Cunha já pediu a Bicudo para adequar o pedido aos requisitos exigidos pela Câmara. (das agências de notícias)

Taxa média do cartão de crédito em agosto é a maior desde março de 1999

A taxa de juros média geral para pessoas físicas subiu de julho para agosto, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Das seis linhas de crédito pesquisadas, como cheque especial e cartão de crédito rotativo, todas ficaram mais caras.

No caso do cartão de crédito, houve uma elevação de 2,61%. Com isso, a taxa subiu de 13,03% ao mês (334,84% ao ano) em julho para 13,37% ao mês (350,79% ao ano) em agosto. A taxa deste mês é a maior desde março de 1999, quando chegou a 13,45% ao mês ou 354,63% ao ano).

O juro médio, considerando todas as modalidades de empréstimo pessoal, subiu 1,13% no mês ao passar de 7,06% ao mês (126,74% ao ano) em julho para 7,14% ao mês (128,78% ao ano) em agosto -  a maior taxa de juros desde julho de 2009.

A taxa de juros média geral para pessoa jurídica também aumentou, correspondente a uma elevação de 0,74% no mês, passando 4,06% ao mês (61,22% ao ano) em julho para 4,09% ao mês (61,77% ao ano) em agosto - a maior taxa de juros desde junho de 2009.

Para a Anefac, "tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses".

Corte no Orçamento da União ameaça transposição do São Francisco

A transposição das águas do Rio São Francisco – maior obra hídrica do Governo Federal na Região Nordeste e que beneficia os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, poderá ter recursos suspensos dentro do corte do Orçamento da União.

A redução de verbas nessa área gera preocupação entre governadores do Nordeste. O Governador Camilo Santana (PT) fez apelos e a presidente Dilma Roussef garantiu, em Brasília e, também, ao visitar a Região Metropolitana de Fortaleza, no mês de agosto, que a obra não sofreria atraso.

O Ceará, um dos estados beneficiados com a transposição, sofre há quatro anos com o baixo volume de chuvas, o que tem provocado a falta de água para o abastecimento da população. A Transposição do São Francisco seria o único caminho para garantir o abastecimento de água de, pelo menos, 300 cidades do Nordeste.

O Governo Federal quer reduzir, em pelo menos, R$ 20 bilhões as despesas previstas para 2016 e, além de corte nos recursos da transposição do São Francisco, entram, também,  na mira da tesoura do Palácio do Planalto, os Programas Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família.

Durante o dia de hoje, uma nova reunião da equipe econômica do Governo Federal definirá o tamanho e quais obras e projetos serão afetados pelo corte de recursos no Orçamento de 2016.  Em 2015, o Bolsa Família – o maior programa de distribuição de renda da história do Brasil, teve cortas mais de 800 mil beneficiários, enquanto o Minha Casa, Minha Vida.