terça-feira, 16 de setembro de 2014

Médica se recusa a atender policial armado em Mulungu


Uma médica que trabalha no hospital de Mulungu no Maciço de Baturité, se recusou a aplicar uma injeção em um soldado da Polícia Militar por ele estar portando uma arma de fogo. O fato ocorreu nesta segunda-feira (15/09), dentro de um hospital público, e virou assunto nas redes sociais com protestos e comentários acerca da polêmica sobre o uso da arma de fogo em locais públicos e particulares.

O soldado foi até o hospital para tomar uma injeção, mas a médica informou que só iria atendê-lo se deixasse a arma em outro local. O motivo seria o constrangimento causado pela presença de uma pessoa armada dentro do consultório. O comandante da área foi até o local e pediu explicações acerca do caso.

A médica divulgou o seguinte depoimento nas redes sociais; “Meu direito de me recusar a atender um paciente em uma situação que me deixe desconfortável. Armas versus o direito e o dever de portar a arma dele em serviço. Pedi ao policial para deixar a arma com algum colega e pelo semblante não gostou, mas voltou sem a arma. Daqui a pouco entra o comandante que me interroga sobre o motivo e respondi que me deixava extremamente desconfortável, daí só entendia que dois homens grandes na minha frente e um deles interrogando o motivo do meu desconforto e tentando me convencer que estão a serviço da gente e da população. Eu sei, mas não muda o fato que eu fico nervosa e o coração vai a mil. Depois do interrogatório e discurso atendi o policial sem a arma”, publicou no Facebook.

A médica não pretende mais comentar sobre o caso, pois não se trata de um problema referente ao porte de arma, mas referente a uma questão pessoal de ficar desconfortável com a arma de fogo dentro de um ambulatório pequeno.

Segundo informações do Relações Públicas da Polícia Militar do Estado do Ceará, tenente-coronel, Fernando Albano, o comando da PM poderá se pronunciar sobre o caso nesta terça-feira (16).

O sindicato informou que a médica tem o direito de não atender um policial armado, não sendo um caso de urgência. E também relatou que os profissionais da saúde se sentem inseguros, pois existem casos de pacientes que entram armados e tentam pressionar os médicos por se sentirem prejudicados em relação ao atendimento da unidade hospitalar ou por não obterem atestado médico.

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